16 Mai 2022
O arcebispo de La Plata confirma que o Papa passa por duas horas diárias de reabilitação.
A reportagem é publicada por Religión Digital, 15-05-2022.
Como parte de sua viagem a Roma, o arcebispo de La Plata, D. Víctor Manuel Fernández, foi recebido pelo pontífice no sábado, 14-05-2022, no Vaticano. Em seu encontro com o Santo Padre, o bispo expressou que "me senti muito confortado, encorajado e iluminado por sua palavra e seus critérios". Além disso, destacou que ambos falaram sobre a realidade argentina e mundial.
D. Fernández assinalou que o Papa tem que curar um problema no joelho direito, algo que já sofria nos tempos de arcebispo de Buenos Aires. “Foi uma alegria ver que se encontra muito bem de saúde e com a lucidez de sempre”.
"Sou testemunha de que todos os dias ele passa por mais de duas horas de reabilitação e quem cuida dele confia na eficácia do tratamento que começa a dar os primeiros bons resultados". Ao mesmo tempo e além dessa dificuldade, "posso dizer que sua saúde está melhor do que quando morava na Argentina e que está em ótimas condições para continuar contribuindo com sua lucidez e seu testemunho ao mundo".
D. Fernández reconheceu sentir-se fortalecido novamente pela figura de pai e pároco representado pelo Papa Francisco, a quem "expressei minha comunhão e a de minha arquidiocese de La Plata com toda a Igreja Católica".
O Arcebispo de La Plata afirmou que o Santo Padre enviou sua bênção à Arquidiocese de La Plata, desejando à comunidade saúde, paz e prosperidade, e também abençoou "o querido povo argentino que traz em seu coração", confessando que "sente-se que tudo o que recebeu de seu povo e aprendeu em sua terra deve agora comunicar humildemente ao mundo".
Finalmente, o prelado agradeceu ao Senhor por estes dias com Francisco e estendeu uma saudação afetuosa a todos.
Querido/as irmãos/ãs:
Hoje, como parte da viagem a Roma, providencialmente pude assistir à canonização de 10 Beatos. Entre eles Carlos de Foucauld e Justino María Russolillo, fundador da Sociedade das Divinas Vocações (os queridos padres vocacionistas).
Missa de canonização na Praça São Pedro (Fonte: Reprodução YouTube)
Foi uma cerimônia impressionante, repleta de pessoas de vários países. E foi uma das maiores celebrações de canonização da história. De fato, por causa dessas canonizações, no dia de hoje as ruas de Roma estavam cheias, como nos melhores tempos antes da pandemia. Havia, por exemplo, muitas pessoas da Índia, porque um leigo daquele país foi canonizado. Muitas pessoas devotas de Tito Bransma, mártir do campo de concentração de Dachau, que disse à enfermeira que estava tirando sua vida: "Vou rezar por você minha irmã". Os painéis desses 10 santos juntos é de grande beleza universal.
Nesta celebração os olhos estavam voltados para o Papa, já que nos últimos dias ele não havia sido visto de pé por orientação médica. Hoje ele não apenas presidiu partes da Missa em pé, mas no final cumprimentou os cardeais e caminhou pela fila, e depois saiu para cumprimentar todos no Papamóvel.
Nesta viagem fiquei muito feliz ao ver que ele está muito bem de saúde e com o reflexo lúcido de sempre. É verdade que ele tem que superar um problema em um dos joelhos, algo que já o afligia em Buenos Aires e que reapareceu. Mas sou testemunha de que todos os dias ele passa por mais de duas horas de reabilitação e quem cuida dele confia na eficácia do tratamento, que de fato começa a mostrar seus primeiros resultados. Além dessa dificuldade, posso dizer que sua saúde está melhor do que quando morava na Argentina e que está em ótimas condições para continuar contribuindo com sua lucidez e seu testemunho com o mundo.
Senti-me especialmente comovido com a canonização de Charles de Foucauld, que me inspirou, como muitos, desde os tempos de seminarista. Vale lembrar sua opção radical de pertencer somente a Deus, quando disse: "Quando soube que Deus existia, percebi que só podia viver para ele". Ou como expressou em sua conhecida oração: "Padre, coloco-me em tuas mãos, com infinita confiança... não quero mais nada". A sua dedicação começou com a busca ardente de uma vida contemplativa na mais extrema pobreza, mas terminou no serviço incansável aos mais pobres e abandonados da terra, no meio do deserto africano. Assim, como Francisco expressou em Fratelli tutti, quando se identificou com o mínimo, tornou-se irmão de todos. Que ele interceda por nós, para que possamos dar tudo.
Papa Francisco no papamóvel na Praça de São Pedro, após canonização (Fonte: Vatican News)
Em sua homilia, Francisco observou que “somos amados em primeiro lugar, acima de tudo e não pelos resultados de nossos esforços. Não se trata de um ideal de santidade fundado em nós como se fosse a conquista de um prêmio. Assim separamos a santidade do pó da rua e das panelas da cozinha. Santificar-se é deixar-se transfigurar pelo amor de Deus. Então, vamos lembrar a primazia de Deus sobre o eu, a primazia do Espírito sobre a carne e a primazia do amor sobre as obras. Isso se traduz em serviço humilde e nos desintoxica do individualismo religioso e da autorreferencialidade. Leva-nos a amar sem reivindicar nada para nós mesmos e a dar a vida sem buscar pagamentos ou recompensas”.
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Víctor Manuel Fernández, após encontrar-se com Francisco: "Ele está em ótimas condições para continuar contribuindo com sua lucidez e testemunho ao mundo" - Instituto Humanitas Unisinos - IHU